Prudência na liberdade
de expressão e ação
Não se deve meter-se em toda causa humana quando não se conhece
a fundo, a ação que resultou tal causa. É melhor permanecer apenas na
observação, porque cada causa é resultado de uma ação anterior.
Muitas pessoas, mesmo sem o conhecimento da causa de algum
efeito, segue, compartilha, e mergulha da cabeça aos pés em coisas das quais
deveria apenas observar. A mídia atual provoca essa inserção impensada nas
pessoas, quando cria algum dogma de alta relevância, fazendo com que uma grande
massa da sociedade abrace causas que nem mesmo compreendem o seu real
significado, e o alcance que isso venha a atingir.
A prudência sempre foi amiga da razão, por isso é melhor estudar
todo o contexto de uma história, antes de adentrar em uma disputa acirrada de
direitos e obrigações sociais.
Cada um deve se ocupar da sua própria vida e tentar melhorar o
seu modo de agir diante da liberdade de expressão do outro, porque a igualdade
de pensamentos nunca será possível em um mundo no qual se encontra diversas
formas de vida já divida por grupos desde o princípio do mundo.
O cuidado com a própria liberdade é fundamental. A união de
pessoas somente acontece em torno de um objetivo em comum, que seja benéfico
para todos, e não por uma mudança forçada de como o outro pensa, de suas
crenças individuais, e de como ele deve viver a sua vida.
Como já disse Paulo de Tarso, "Tudo me é lícito, mas nem
tudo me convém", um pensamento que explica bem esta questão da liberdade
de expressão, de escolhas no modo de viver, e na forma de agir na vida de todos
nós. Sendo assim, tudo na vida precisa ter limite.
A liberdade de exprimir e de agir de uma pessoa, termina aonde
começa os limites impostos pela outra, e este espaço não pode ser ultrapassado
pela imposição de força e pensamento contrário.
A prudência nos ensina a não ultrapassar os próprios limites da
razão.
Cada pessoa é um mundo próprio em si mesmo, e compartilha desse
mundo com o seu próximo delimitando seus espaços acessíveis, já preparados para
ser recebido e compartilhado. Enquanto não houver uma abertura do espaço de um
individuo para que o outro possa entrar e expor seus pensamentos, ideias e
experiências, esse deve evitar usar sua plena liberdade para com o outro.
Rozilda Euzebio Costa
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